sábado, 28 de novembro de 2015

Postagem Surpresa no Fim de Semana! Jessica Jones: Afinal, é melhor que Demolidor ou não?




Primeiramente, estou a duas quintas sem postar porque fui preguiçoso estava atarefado, mas tive tempo de assistir Jessica Jones, pra você ver :D. Segundamente, abaixo, você encontrará uma crítica supimpa e descolada da série, atrasada eu diria. Então, leia com atenção e comente ao final sua opinião, se concorda comigo ou não, se quer me bater, se me acha um esquerdinha caviar - você entenderá - e afins... Boa leitura! u.u





Jessica Jones:
Afinal, é melhor que Demolidor ou não?

À primeira vista, uma crítica da série Jessica Jones comparada com Demolidor é no mínimo equivocada. Desde a abertura, a série da detetive porradeira deixa claro que o clima dela, apesar de a priori também se tratar de uma estória de super-heróis, será diferente da do advogado cego que se veste de demônio.
Krysten Ritter interpreta Jessica Jones.

                Jessica Jones é desde os primeiros segundos, uma série que nos dá a impressão que será sobre o universo noir, com clima sisudo, ritmo lento e com investigações e temas sérios. A protagonista da estória é alcoólatra, possui um passado, no mínimo, traumático e sofre de pesadelos com uma figura ameaçadora. Jessica é uma detetive particular que, como ela mesmo diz na série, é paga para dar uma de voyeur e assistir os outros transarem. Isso mesmo que você leu, amigo, uma estória ambientada no UCM, Universo Cinematográfico da Marvel, com cenas de sexo. E não são poucas, por sinal; ainda mais quando entra na equação o elemento Luke Cage.

                Contudo, apesar do climão do primeiro episódio sugerir que teremos mais uma série de caso da semana a se investigar, a lá CSI e NCIS, somos apresentados à problemática e ao ponto alto da estória: o excelente e maldoso Kilgrave, ou, o homem púrpura, como nos Quadrinhos; interpretado pelo melhor Doctor Who de todos, David Fuckin Tennant.

A partir do excelente final do primeiro episódio, que quebra o ritmo lento e cadenciado próprio dos enredos noir, a série foca somente em: como se capturar alguém que domina a mente das pessoas, o poder de Kilgrave, e que pode usar qualquer um pra se esconder ou te atacar; ou cometer suicídio, divertindo o vilão e como ele faz inúmeras vezes ao longo da série.
Dito isso, vemos toda a história se transformar de uma série de investigação a uma espécie de perseguição de gato e rato onde o papel de perseguidor e presa, alterna-se entre Jessica Jones e Kilgrave. Jessica tem todos os motivos para querer matar Kilgrave, pois seu passado traumático e seu vício se devem a este personagem, enquanto que Kilgrave, possui uma fixação imprevisível no personagem interpretado por Jane de Breaking Bad Krysten Ritter.
David Tennant é Kilgrave na série, baseado no Homem Púrpura dos Quadrinhos.

Até então, mais ou menos até a metade da série, tudo ia muito bem e até o ritmo lento possuía um propósito; dado o clima noir, tantas vezes aqui citados. Contudo, somos apresentados ao, talvez, único ponto fraco que realmente incomoda em Jéssica Jones: o roteiro apressado, por vezes forçado, em que, em diversos momentos, apresenta situações desnecessárias e soluções rasas a personagens e situações que poderiam ser melhores exploradas. E aí, o que eu falei de início em relação a série do Demolidor, cai por terra.
Desse modo, a comparação com a série do Diabo da Guarda é inevitável. Saímos de uma estória de suspense e com um teor pesado e complexo, para cair em outra que enfia situações para vermos relações com o UCM e Jessica Jones cair na porrada com alguém; o que não seria demérito se fosse um pouco melhor trabalhada no roteiro, pois as sequências de ação na série são boas. Por isto, a comparação salta aos olhos, visto que Demolidor, fez tudo isto e ainda nos deu um respaldo em seu Argumento.
Comparações com Demolidor se tornam inevitáveis à medida que o roteiro vai deixando a desejar.

Ainda assim, diversos pontos nos fazem querer continuar assistindo a trama e citarei alguns:
Primeiro, e como sempre, David Tennant está incrível; realmente mau no papel de antagonista. Sempre que ele aparece, primeiro aos poucos – no melhor momento do vilão, quando se cria um suspense em cima dele, mas algo que o roteiro logo abandona affs :( – e depois, literalmente, roubando a cena dos outros personagens que contracenam junto com ele. Ficamos encantados com a atuação do segundo Doctor da nova geração da BBC e, porque não dizer, amedrontados. David Tennant, junto com o roteiro – não serei tão ranzinza com o roteiro nesta crítica, se foi o que acharam –, entregam-nos um vilão a se temer e nunca duvidar das maldades que ele poderá fazer e nos surpreender; até quando ensaiam uma redenção ao maldito spoiler hehehe.
Eka Darville é Malcolm, um personagem secundário importante na série.

Segundo, os personagens secundários. Eles são muito bons de início e nos fazem realmente nos importarmos com eles e suas estórias, cerceando Jessica Jones e, aparentemente, sendo importantes para o desenrolar da trama, com destaque no Luke Cage, que não, não é desnecessário a série como alguns críticos estão dizendo por aí.  Se você leu os quadrinhos de Alias, de Brian Michael Bendis e de onde a série se baseia, sabemos a real importância que o personagem tem para o futuro de Jessica Jones e que ele não está ali por acaso; mesmo que a série tenha forçado uma ligação entre os personagens que não me agradou muito, e que não posso citar aqui porque seria spoiler. Porém, sempre há um porém nesse roteiro, mesmo os personagens secundários sendo um ponto forte, acabam por se tornar um ponto fraco a medida que a série vai chegando ao fim, pois as resoluções de seus arcos são, por muitas vezes, pobres e jogadas; pouco acrescentando a trama, diferente do que nos tentam fazer acreditar.
Alias é o quadrinho que serve de base a série, de Brian Michael Bendis.

Terceiro, as referências aos quadrinhos de Alias. São muitas: temos a sequência inicial, Jessica no vaso sanitário fazendo o número 2 '-', o relacionamento com Luke Cage, o bar de Luke Cage, o clima noir inicial, a personalidade da protagonista, etc. Alguns pontos tiveram de ser alterados, mas a maioria deles não me incomodou e os que o fizeram, como o que eu já citei, dá para se relevar, pois o resultado alcançado com a série é mais do que satisfatório.
Quarto e último, e não menos importante!, a própria Jessica Jones e os temas que envolvem a personagem. Ela é uma personagem feminina forte, que convence os telespectadores e cheia de defeitos; algo que a série, se quisesse ser chapa branca, poderia ter tentado mascarar. Grande parte disto, deve-se a produtora da série que fez questão de chefiar o projeto e abordar os assuntos polêmicos que Alias trazia, como: igualdade de gênero, sexualidade, estupro, machismo e autoridade imposta pelos homens, muitas vezes de maneira inadvertida, sobre as mulheres; último tema explícito em Kilgrave tanto na sua personalidade, quanto em seus poderes. Agora, aos que torcem o nariz ao Feminismo e seus temas abordados na série, não se preocupem, nada disso é didático ou martelado a cada segundo pela série. Tudo é muito natural e espontâneo e pode passar batido do seu hate, pois foram temas discutidos da maneira e na dose certa, pois não fica forçado e não quer disciplinar ninguém; apenas expõe fatos ao universo de uma protagonista feminina e que quer seu espaço no meio de tantos outros super-heróis do gênero masculino que veremos no futuro e que dividirão tempo de cena com ela em Defensores, na Netflix.
Junto a Demolidor e Jessica Jones, outros dois personagens, Luke Cage e Punho de Ferro, ganharão séries na Netflix e todas elas culminaram em Defensores; mais um dos supergrupos da Marvel.

Exposto tudo isso, você deve está se perguntando: E quanto ao saldo geral da série, Gaspar? Devo assistí-la? Galera, é mais do que recomendado que se assista a Jessica Jones. É uma série, que apesar dos defeitos no roteiro e no ritmo que sobe e desce de intensidade, não pode passar desapercebida e que acrescenta e muito ao Universo construído pela Marvel na mídia audiovisual, tanto por acrescentar temáticas mais adultas a ele quanto por ela está integrada e compartilhar personagens e momentos com o UCM. Dito isto, citarei antes de finalizar a crítica, um último ponto fraco da série, que tinha me passado desapercebido enquanto eu escrevia, e um último forte.
O último ponto fraco: alguns personagens dos quadrinhos, não só de Alias, mas do Universo Marvel, são muito mal aproveitados na série. Em especial Nuke, um puta vilão criado por Frank Miller nas páginas de Demolidor e que aparece em Jessica Jones na mesma velocidade em que some e com um propósito duvidoso, prepara-lo para o futuro. Isto é muito chato porque se altera uma origem que poderia ser melhor explorada em seu contexto ideal e que seria muito melhor aproveitada também. Assim como os momentos ruins do roteiro, mancha um pouco a imagem da série, mas que no final, ainda se mantém positiva.
Nuke é um personagem criado por Frank Miller nas páginas de Demolidor, em sua célebre fase com o personagem e de onde vem a base para a série do demônio, e que está em Jessica Jones quase sem nenhum propósito.

Há outro personagem que algo semelhante acontece, mas não vou estragar possíveis experiências futuras, pois diferente de Nuke, para os que não leram os quadrinhos, tal personagem passará batida.
O último ponto forte: a ligação com Demolidor. Elas não são poucas e são muito bem feitas. Toda a trama se passa em Hell’s Kitchen e revisitamos sets e ambientes da série do demônio, como a firma de Jeryn Hogarth que já apareceu em Demolidor; lembram daquela firma grande que Nelson e Mudorck abandonam? Então... Aqui, aconteceu algo que me surpreendeu e incomodou, mas não foi o fato do sexo de Hogarth ter sido trocado em relação aos quadrinhos, a Trinity de Matrix Carrie-Ann Moss interpreta o futuro advogado dos Heróis de Aluguel, pois na nona arte ele é amigo do pai de Danny Rand, o Punho de Ferro, e que ganhará também um série na Netflix, e a primeira vista, nada foi citado sobre o personagem; mas não se preocupe, é apenas um incômodo de fanboy. Outra ligação é a personagem da Enfermeira Noturna, interpretada por Rosario Dawson, que aparece no último episódio da série e já digo isso para não se frustrarem com a sinopse dele; não, o amigo do bairro que aparece não é o Demolidor! D: É ela que sugere a aparição do Diabo da Guarda, mas que logo é refutada por Jessica Jones. Compreensível, mas...
Outro ponto forte da série é a ambientação e a própria protagonista.
Enfim, mesmo com o roteiro brochante por diversos momentos vá assistir Jessica Jones!



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