Fala galera, para quem não andou se atualizando no índice dos Padeiros,
bem, o blog possui um novo membro e este novo Cara é tão feio quanto os outros.
Enfim, meu gosto primordial na cultura nerd, o que se fará claro já no meu
primeiro post, é para com as Histórias em Quadrinhos. As Comics. HQs. Gibis. Historinhas de Criança...
Enfim, esse sou eu! :D Sim, eu uso Emoticons e, sim, eu divago com frequência.
Então, paciência comigo e se divirtam, por favor, com meu primeiro post pé na
porta, soco na cara e entendam a grande brincadeira que foi dá esse
desabafo essa opinião pra vocês. Até próxima quinta e acho que é só
isso. Fiquem com o post... o/ :)
Alan Moore, O Cara mais Importante e Influente das HQs
(NA OPINIÃO DE ALGUÉM QUE JÁ QUER CHEGAR CAUSANDO NO BLOG ALHEIO!)
Alan Moore, O Mago dos Quadrinhos |
Se você é fã de quadrinhos com certeza
conhece o cara do título do post, se não, bem, não precisa fechá-lo. Prometo
que você, pelo menos, já andou se familiarizando com uma ou outra referência ou
influência desse monstro.
Aqui vão, só pra te situar, uma
referência, influências diretas no cinema e um P.S. importante que porá o
título do post em pauta:
1. Referência: A mais famosa
referência a obra de Moore é, sem dúvida, a máscara branca de bigode e sorriso
cínico que preencheu rostos por diversas manifestações no Brasil, também
conhecida como Guy Fawkes Mask – Guy Fawkes = figura histórica revolucionária
inglesa. Mesmo que a maioria dos brasileiros não soubesse, o objeto
popularizou-se como sinônimo de Revoluções devido a uma obra do Mago dos
Quadrinhos, a excelente V de Vingança, onde um revolucionário utiliza a máscara
e seu símbolo para organizar ataques a um governo totalitário, já se utilizando
de uma figura política de nossa realidade também pertencente a dele.
Filme Constantine (2005, Warner Bros) |
2. Influências: Diversos filmes
de visibilidade atuais, muitos inseridos no conceito dos tão conhecidos
Blockbusters, são baseados em HQs escritas por Moore. São eles: A Liga
Extraordinária - sim, o último filme do Sean Connery que o fez se
aposentar de vergonha; Do Inferno - sim, aquele do Jack, O Estripador, com
o Johnny Depp; Constantine - o filme que trouxe Keannu Reeves
reprisando seu visual de Matrix e imitando o Doutor House em personalidade;
Watchmen - sim, aquele filme de herói dirigido pelo Meia-Boca Visionário
Zack Snider; e o V de Vingança - produzido pelos Irmãos Matrix.
P.S.: Nenhum dos filmes citados acima conseguiu, sequer!, chegar aos pés da obra original de Alan Moore. Por quê? Porque nenhum deles conseguiu traduzir o que o Mago transferiu de sua mente para as páginas dos roteiros dele. Entendeu?
Agora vamos falar
também com quem já ouviu falar de Alan Moore.
Mesmo quem já teve o prazer de ouvir
falar do Mestre, dificilmente parou para entender a importância de sua obra ou
a complexidade dela. Alguns, devido a certa devoção que este Padeiro partilha prefere
não aderir, talvez tenham procurado se afastar de tão “superestimadas” obras.
Tão intocáveis Quadrinhos. A Nona Arte! Porque se falam tão bem é
porque não presta; virou “modinha”.
Contudo, amigos, não é somente tal hipocrisia, ou a afirmação do P.S. dois parágrafos acima, que nos fará entender o porquê da importância e influência do
Autor para os quadrinhos. Esqueçam as Referências Pobres Pop,
os filmes medíocres ou qualquer coisa que você tenha ouvido de Alan Moore. Se
atenha aos fatos, pegue minha mão, e viaje para algumas décadas no passado.
Seduction of the Innocent (1954) |
A Nona Arte, desde a década de 1950 após a publicação do livro Seduction
of the Innocent (Sedução do Inocente), sofria uma forte censura nos
Estados Unidos por uma lei, o famoso Código dos Quadrinhos, que limitava o
conteúdo das HQs ao público infantil. Aos poucos, tal código foi sendo ignorado
e ao final da década de 1970, foi invalidado. Com este avanço, inúmeras
estórias se lançaram em aventuras mais sombrias, ditas “Adultas”, mas que pouco
trazia em termos de roteiros mais complexos e só se utilizavam do momento para
se aventurarem em toscas aventuras de sidekicks mirins drogados, vilões violentos
e diversas obras genéricas com sexo, violência e sangue escorrendo pelas
páginas.
Foi nesse período que as editoras norte-americanas se voltaram para escritores
ingleses, já acostumados ao conceito de quadrinhos adultos de verdade, e de lá,
alguns gênios aportaram na Terra do Tio Sam e adivinhem quem era um deles...
Isso mesmo, amigo, acertou quem disse Alan Fucking Moore!
|
Convidado a encabeçar uma estória que já teve seus momentos de
glória, The Saga of the Swamp Thing (ou Monstro do Pântano,
como ficou conhecida em terras tupiniquins a HQ), Moore iniciou junto com seus
conterrâneos uma Nova Fase para a Nona Arte. A DC, que publicava o gibi, viu-se
tão inundada de roteiros tensos e complexos demais para seu público habitual,
que após a reformulação de seus títulos, a chamada Crise das Infinitas Terras –
se quiserem farei, no futuro, um post sobre tal acontecimento e seu contexto -,
foi obrigada a criar um selo novo para inserir estas novas Obras-primas dos
quadrinhos. Nascia o Incrível Selo Vertigo, responsável somente por quadrinhos
como Hellblazer, Sandman e Preacher; sendo a primeira, idealizada, na criação de
seu personagem principal, John Constantine, por ninguém mais, ninguém menos que
Alan Moore; e nas páginas da Monstro do Pântano.
Sim,
Gaspar, mas e daí?!, você deve estar se perguntando. Pelo
que eu entendi, outros gênios vieram da Inglaterra e também revolucionaram os
quadrinhos. Caras como Jamie Delano e Neil Gaiman! O que faz de Alan Moore o
mais importante deles?!
Calma, Jovem
Gafanhoto, acompanhe meu raciocínio:
Moore possuía, e ainda
possui, um jeitão próprio de contar suas estórias que o afastava anos luz de
seus amigos Ingleses e, por conseguinte, dos colegas Estadunidenses. Já em sua primeira obra, o Roteirista trazia um quê de
originalidade que o diferenciava e muito dos colegas do ramo já naquela época; e
segundo o criador do Monstro do Pântano, Len Wein (depoimento presente na Introdução da primeira edição publicada pela Panini da Fase do Mago nas páginas do Monstro do Pântano), isto já acontecia na
Inglaterra quando o Mago dos Quadrinhos carregava nas costas as vendas de
revistas da região. Em sua primeira aparição no editorial norte-americano,
Moore ressuscitou, com glórias, personagens esquecidos da DC, reavaliou e
reestruturou o protagonista da HQ, trouxe toda uma narrativa literária e de
peso para o quadrinho, referências filosóficas e esotéricas (daí o título Mago
dos Quadrinhos utilizado aqui por mim), diálogos aguçados e realísticos e toda
uma imaginação própria onde monstros góticos caminhavam lado a lado com os
medalhões super-heróicos e vilanescos da DC Comics.
Watchme | |
|
É óbvio que ele não revolucionou sozinho toda uma indústria com seu
trabalho em Monstro do Pântano, mas foi em seus trabalhos seguintes onde toda
sua habilidade de escrita se aprimorou cada vez mais, que vimos verdadeiras
obras-primas surgirem e alçarem vôos cada vez mais altos; ganhando status de
Cult e importância dentro da crítica. O número delas é tão significativo que
se o pusermos lado a lado com o de outros escritores relevantes do meio, não há nem
comparação em termos de importância e contribuição para a Nona Arte.
The Killing Joke (1988, DC Comics) |
Alan Moore, após Monstro do Pântano, escreveu os quadrinhos Watchmen
(1986-1987), considerado o ápice das estórias de herói, e a Piada Mortal
(1988), uma estória do Batman. Ambas repensavam o conceito de Super-Heróis e,
aos seus modos, cada uma no que se propunha, desvirtuava/desconstruía uma série de conceitos
que se tinha até então destes Seres Literários em suas páginas. Seres até então
íntegros e intocáveis. Ainda em 1988, é publicado o quadrinho V de
Vingança – outrora em preto e branco e idealizado quando o roteirista ainda
publicava somente na Inglaterra, mas que havia sido rejeitado pela revista em que ele prestava contas por não se adequar ao conteúdo publicado nela. Reconhecido como
um de seus melhores trabalhos quando publicado e colorido em dez edições pela
DC Comics, V de Vingança influencia muito mais que o Universo Pop até os dias atuais; ganhando uma adaptação cinematográfica e influenciando, com seus símbolos, movimentos sociais e revolucionários pelo mundo.
O Mago nos presenteou ainda com outras duas obras primas na década de
90, e longe das grandes editoras. São elas: A Liga Extraordinária, seu projeto
menos profundo, onde ele coloca personagens da literatura inglesa do século 19
lado a lado em uma sociedade secreta; e Do Inferno, quadrinizando a história de
Jack, O Estripador, e trazendo uma teoria de quem seria o serial killer da Era Vitoriana, mistério
que perdura até hoje.
Essas são somente as histórias mais importantes do Cara, pra vocês terem uma ideia. Alan Moore continua escrevendo quadrinhos até hoje, contudo, longe do grande mercado e das grandes editoras; o que torna o acesso a tal material meio complicado. Dessas obras, vale ressaltar talvez a obra mais mística e profunda de Moore: Promethea.
|
Como se não bastasse, é
notório nos quadrinhos o tanto de caras que fazem referências e ainda utilizam os roteiros de Moore como um pilar para os seus. Hellblazer, e a revista
Constantine, sua sucessora na DC Comics, perdurou durante anos e ainda se vale
e muito de conceitos criados e expostos pelo Roteirista. Preacher, série
posterior a boa parte das Obras-primas do Mago, é outra HQ importante que se
vale e muito do universo criado por Alan Moore e que foi idealizada por um cara
saído diretamente das páginas de Hellblazer, Garth Ennis. Sem contar, é claro, o respeitado
roteirista Grant Morrison; talvez o cara mais influenciado pela narrativa do
mais importante e influente roteirista de quadrinhos de todos.
Alan Moore teve também a coragem de se afastar das grandes editoras,
devido a problemas de direitos autorais, e mandar Hollywood tomar naquele lugar
quando um Estúdio lucrou em cima do Roteirista com um processo em cima de um
personagem que o autor não tinha inserido em sua obra, mas que estava no filme.
Desde então, e também após o resultado medíocre da película, Moore se afastou
das adaptações de seus trabalhos na Nona Arte. Seus argumentos, nos quais o padeiro aqui
concorda, é que o cinema visa muito mais o lucro em cima da popularidade de
suas estórias do que contá-las de maneira digna e respeitosa em outra mídia.
Sendo, portanto, visado o lucro acima da arte.
Preacher (1995-2000, DC Comics). |
Desse modo, amigos, acho que minha
opinião foi dada e espero que, pelo menos, ela seja entendida.
Então, Alan Moore é o cara mais influente e importante das HQs para vocês também? Se não, quem seria? Por favor, não me deixem no vácuo, comentem aí e me digam o que acharam do post, seus lindos!
Antes que se Fechem as Cortinas...
Um Adendo: saiu recentemente pela Panini, em seis edições, a fase do Roteirista em Monstro do Pântano. São excelentes aquisições não só para quem quer se inserir nas obras do Cara, mas também para quem quer apreciar uma excelente estória de Horror e um Quadrinho Excepcional, valendo cada centavo. Dois Adendos: todas as HQs do Autor citadas no post, também já foram publicadas no Brasil e eu não fiz um resumo mais detalhado porque não quero me estender ou estragar uma futura leitura de quem não conhece o trabalho de Moore, ou quem sabe, queimar futuros posts... ;) :D o/
Odeio textão.
ResponderExcluir