#Gaspar
Como prometido, aqui vai uma crítica do filme Esquadrão Suicida. Pra variar, há piadinhas ao longo do post, mas nada muito ofensivo; apenas uma chata brincadeira recorrente hehehehe.
Esquadrão Suicida, no Brasil. |
Esquadrão Suicida estreou hoje, no dia 04/08, no Brasil e marca mais um filme no histórico de adaptações cinematográficas da Warner, de quadrinhos da DC; além de ser o terceiro filme do Universo Integrado que o estúdio iniciou com Man of Steel, em 2013.
Tantas cores, tantos tons, e ao mesmo tempo, nada. |
Com um elenco estrelado - com nomes do porte de Will Smith, como o Pistoleiro, Jared Leto, como o Coringa, o Bobo, o Joker, o Palhaço, e Viola Davis, como Amanda Waller -, a obra é mais uma tentativa da Warner de acertar a mão com suas adaptações. E sinceramente, vemos mais um filme de mediano pra ruim no currículo da DC nos cinemas, o que é bastante decepcionante. Mas paciência, gafanhotos DCenetes, a decepção recai basicamente nos quesitos técnicos do filme. A produção dele, sabemos, foi apressada e desencontrada e sofreu com modificações de tons e refilmagens - inclusive, meses antes de estrear Esquadrão Suicida -, nos entregando uma obra confusa e com uma sensação de inacabada ao término da sessão.
Vamos por partes, primeiro o que me fez torcer o nariz em diversos momentos:
O maior defeito do filme está, sem dúvida, em sua montagem e edição confusa que prejudica bastante na fluidez da narrativa e faz com que quem o assista, sinta-se perdido em diversos momentos da película. Com diversos flashbacks intercalados com cenas que deveriam avançar a trama, mas que se perdem em meio a origens de personagens, incomodou muita gente, mas não a mim. Contudo, como é algo que foi bastante comentado, é preciso que se deixe claro que os problemas não são os flashbacks em si, a utilização deles ao longo do filme, mas a maneira como eles vão aparecendo.
Amigo, você é sombrio ou colorido? |
Com o problema de montagem, fica muito difícil se definir o tom de Esquadrão Suicida, e acabamos numa montanha-russa de sensações. O filme vai do divertido, no excelente primeiro ato, à ação desenfreada culminando no dramalhão clichê - que recai nos velhos temas de família, amor e união que tantos filmes de equipe, ou que deve apresentar uma unicidade a um grupo de personagens, sempre se perdem. Clichês estes que até fazem sentido no imaginário de quem se está assistindo a filmes deste tipo, quando bem trabalhados, mas que já estão tão batidos, que não surpreendem e nos deixam o gostinho de: “nhé, poderia ser melhor…”
Deixando claro, o problema não está na quantidade de tons que o filme possui, calma lá, o problema real disso é que não há uma unicidade entre eles. É como se Esquadrão Suicida fosse vários filmes diferentes jogados dentro de um só e que não encerra nenhum deles, deixando um monte de coisa para trás que poderiam ser aproveitadas; o que decepciona quem vinha se divertindo e se importando com aquilo que foi descartado.
David Ayer, escreveu e dirigiu o filme. |
Mas e então: De quem foi a culpa? Pressão do estúdio? Falha da equipe de montagem? Culpa do diretor David Ayer?
A resposta ideal para estas perguntas é bastante simples e objetiva: a culpa é de todos, mas principalmente do medo de errar.
Esquadrão Suicida tem um medo tão grande de errar, talvez devido ao fracasso de críticas de BvS, que pega um monte de coisa de filmes de super-heróis e blockbusters, em geral, que fizeram sucesso - de público também, mas principalmente de crítica -, e faz um saladão deles; não necessariamente, acertando naquilo que seus “inspiradores” acertaram. Vemos estruturas que vimos em Guardiões da Galáxia e Deadpool - os personagens anti-heroicos metidos a vilões e que se veêm forçados a salvar o dia, as músicas ditando a narrativa, o tom divertido em alguns momentos -, mas que não nos cativam como fizeram seus predecessores, ou não continuam durante a película; muitas vezes, aparecendo jogadas em pontos que deveriam ser estratégicos, mas não os são.
Outro fator que decepciona em Esquadrão Suicida é o roteiro apressado, com soluções, me perdoem a palavra, imbecis. Tudo é resolvido superficialmente, com arcos inteiros sendo descartados e solucionados ao acaso, principalmente nos momentos de recrutamento da equipe e clímax do filme, prejudicando nossa interação com os personagens; que são bons em sua maioria, mas estão metidos em situações esquisitas e, aparentemente, sem contexto. E os vilões do filme, meu deus, estão jogados ali e apesar da ameaça que deveriam representar, não trazem a urgência necessária que deveriam. Temos personagens descartados, que nem tiveram um marketing forte neles mesmo, na mesma proporção que excelentes deles vão sendo mal aproveitados ou roubam a cena; prejudicando, mais uma vez, os vários tons de Esquadrão Suicida.
Jared Leto, a pior encarnação do Coringa. |
E por falar nisso, nesta parte de “perdão pelos vacilos!”, vem a pior crítica que se pode fazer a esse filme, a pior crítica e a mais acertada: o Coringa de Jared Leto, o Bobo, o Palhaço, o Joker, é horrível ao ponto de ser ofensivo com as encarnações passadas do personagem. Não há muito o que se dizer, Jared Leto tentou ser maior que o Coringa, o Palhaço, o Bobo, o Joker, e entregou uma atuação equivocada, chupinhada do Joker, Bobo, Palhaço, do Ledger e com uns trejeitos originais que não condizem com nenhuma das versões do personagem; nem nos quadrinhos, nem nos cinemas. Pra começar, a concepção gangster, de torcer o nariz desde o início, não faz sentido com a psiquê caótica do Coringa, o Joker, o Bobo, o Palhaço, mas você abstrai porque quer ver o personagem brilhar e porque esse é o papel do agente do Caos. E olha que a ideia da inserção do Joker, o Palhaço, o Bobo, o Coringa, não é ruim na trama de Esquadrão Suicida… Só foi pessimamente mal executada. Perdão pelo advérbio fácil, mas é a verdade; calma que já que a gente chega lá, gafanhotos.
Vamos aos pontos positivos agora:
Foram poucos, mas o suficiente para que eu, particularmente, gostasse do filme e me divertisse bastante por conta deles. E o principal desses pontos positivos, é algo que eu havia escrito no meu post anterior que deveria ser o foco dos futuros filmes da DC a partir de BvS, o quesito diversão agregado a Esquadrão Suicida. Ele é bastante divertido com suas pitadas de comédia, principalmente no primeiro ato, e com sua ação desenfreada. Por mais que boa parte dos combates no clímax sejam porcamente justificados, ou não façam sentido realmente, as sequências são muito bem elaboradas e empolgantes.
Will Smith, deu um show como o Pistoleiro. |
Outro fator que me fez gostar de Esquadrão Suicida apesar das inúmeras críticas levantadas, são os personagens, que estão muito bem representados e encarnados no filme; com excessão, óbvio, do Coringa. Apesar das motivações fáceis que os movem na trama - amor, culpa, redenção, obrigação e medo -, eles funcionam em equipe.
É forçada em muitos momentos a união do Esquadrão? É, muito! Mas porr@, é muito empolgante vê-los juntos em combate e interagindo.
Margot Robbie, uma surpresa como Arlequina. |
Mesmo que seja necessária uma suspensão de descrença absurda em seus arcos, os atores entregaram personas dignas e cativantes. O destaque no Esquadrão vai para Will Smith, que me surpreendeu bastante e me fez entender sua escalação para o papel. Você se importa com o Pistoleiro, com seu arco, e odeia o Batman junto com ele; assistam o filme para entender tal comentário. Quanto a Arlequina, uma das personagens mais hypadas desde os trailers, e devido a promoção absurda que ela veio sofrendo nos quadrinhos nos últimos anos, também está excelente no filme. Margot Robbie nos entrega uma Arlequina que vai do fofo ao psicótico em três segundos, sem esquecer o quesito sensualidade. Os dois, Pistoleiro e Arlequina, são os protagonistas da trama e sustentam bem o filme. Até porque, temos dois dos nomes mais importantes do elenco nos papeis tendo que justificar suas escalações.
Confesso que fiquei meio apreensivo com a notícia que ambos levariam Esquadrão Suicida nas costas, porque gosto do Rick Flag HQueano como líder - que está até decente na atuação de Joel Kinnaman, mas longe de quem é o Rick Flag nos quadrinhos -, mas não vi Will Smith e nem Margot dominando a trama somente porque eram os atores mais caros, e sim, porque eram realmente os personagens mais interessantes dela; e dois dos três mais bem escritos.
Viola Davis, a fodon@ da Amanda Waller. |
Agora vamos a Amanda Waller de Viola Davis:
PQP! Que personagem fod@!
Se o pistoleiro é o destaque do Esquadrão, Amanda é o do filme. A atriz Viola Davis nos entrega uma Amanda Waller assustadora, segura e bem trabalhada. Durona, ela estar por trás das ações do Esquadrão Suicida e mete medo e fascina até os piores vilões do Universo DC; Crocodilo, também muito bem no filme, que o diga. Não há muito mais o que dizer, se não quiserem assistir Esquadrão Suicida por qualquer motivo que seja, saiba que Amanda Waller pagará seu ingresso na marra ;)
Outro ponto que me fez gostar do filme, apesar das críticas que já fiz a ele neste post, é a estrutura do roteiro. Eu não sabia de início qual seria o papel do Coringa, o Bobo, o Palhaço, o Joker, no filme e gostei da forma como ele é inserido e vai aparecendo ao longo da trama. Contudo, a má interpretação dele joga por água abaixo este quesito.
Por fim, Esquadrão Suicida nos entrega uma boa diversão, mas deixa muito a desejar. Um filme mediano, a meu ver, mas que merece todas as críticas negativas que vem sofrendo. “Mas”, “apesar”, “mesmo assim”, “confuso”, “mal montado”, são conjunções, expressões e palavras que eu utilizei a todo momento nesta crítica e que valem não somente a Esquadrão Suicida, mas a todo Universo Warner/DC até agora nesta nova empreitada no cinema.
Man of Steel, mediano. BvS: Versão dos Cinemas, mediano pra ruim. Esquadrão Suicida, mediano pra ruim também, mas divertido.
É, não foi dessa vez, Warner!
Infelizmente...
De novo…
Até quando?
Nota: 6,5/10 |
Último Adendo: sinceramente, não tenho a mínima ideia como vai ficar o Coringa
Este sou eu quando sair de Esquadrão Suicida sabendo que meu personagem favorito dos quadrinhos tava tão lixoso. |
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